Ocidental praia Lusitana - Ida ao hospital‏

Numa carruagem no metropolitano de Lisboa. Na Linha Amarela. No sentido de Odivelas, entre um amontoado de pessoas... (Situaram-se? Conseguiram se situar? Ok.), dois amigos se encontram inesperadamente.- Então? Chegaste tarde.- (Risos ridículos) Boas, rapaz. Tu por aqui.- Não, eu ainda estou no Marquês à espera do metro, não vês?- Áh, deixa-te lá disso. Mas,... Como é que vais?- Vou de metro.- Áh, lá estás tu. Com piadas fraquinhas. ("Fraquinho, fraquinho")- Então onde vais?- Vou ao hospital, pah.Logo, ele irrompe atropeladamente. (Teve que passar por cima de umas dez pessoas para conseguir sair, na Cidade Universitária. Mas, pronto.) - Então o que se passa? Não me digas que é grave?- Epah, não te vou dizer, então. ("Fraquinho, fraquinho"). Espirrei a uns dez minutos atrás. Não vá ser uma gripe das aves, ou uma pneumonia. Ainda morro para aqui. Credo.- Eu também vou ao hospital. Cortei-me com uma faca de manteiga. Daquelas bem... Não. Não era afiada. Mas isto foi um corte! Grande... Quase não se via. E o sangue?! Era um caudal! Devo ter perdido uns litros!... Não, nem jorrou. Mas vou lá na mesma. Não vá infectar. Além do mais perco duas a vinte horas do meu dia. É, é porreiro.- É deste frio. É insuportável.- O quê ter-me cortado?- Não, o frio?- É o aquecimento global. Vê-se claramente em Portugal. No facto de França estar a patinar no gelo. E toda a Europa do Leste estar sobre um manto branco. É um aquecimento, nem... nem sinto as mãos.- Viste o Sócrates?E, ofegantemente (Foi de subir as escadas. Não está habituado a exercício fisico.), ele pergunta - O quê? Passou por nós? ("Fraquinho, fraquinho"). Atira-lhe com... (com um abraço, o que é que pensavam), cumprimenta-o.- Não, na televisão. O homem deve ser amigo do Melim, viciado na bebida. Não é que ele quer que a gente vote nele este ano.- A sério? Como é que ele pede isso aos portugueses.- Foi na televisão... Falou. Estava lá sentado, com uma câmara... Bonito.- Então foi assim que ele pediu. Pensei que fosse por carta, pelos correios. Sendo assim já não vou à casa-de-banho hoje. Ainda não recebi a renda e limpar com a televisão não dá jeito... Sabes que eu não alimento administradores da Gebalis em restaurantes de luxo no Brasil.- Certamente. Devem ser os brasileiros. Lá no Brasil. Quem os alimenta. Mas, como eu estava a dizer. O Sócrates prometeu 150 mil posto de emprego. Porreiro, pah. O que acontece é que o número mínimo de desempregados está a aumentar e em 2009, credo. 8,5%, valor inédito desde 1986. Ele não devia estar bem...- É o Magalhães.- Quem o navegador?- O navegador? Isso não interessa aos portugueses. Fernão de Magalhães, Diogo Cão, Bartolomeu Dias. Vai se lá saber a razão porque Camões escreveu os "Lusíadas". Porque razão?