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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O nosso grande Vencedor!!

Título: Cidade-Campo : Uma questão de Identidade
Cidade – símbolo da modernidade. Milhões de pessoas no decorrer da história migraram para elas não só em busca de melhores condições de vida mas também de felicidade e aventura!
O que encontraram?
Encontraram desprezo por aquilo que são. Encontraram indiferença, anonimato e em alguns casos solidão e abandono.
Muitos ditos ‘Especialistas’ e “Estudiosos do Fenómeno” tentaram explicar este fenómeno de exclusão. Ah e tal a ausência de politicas de redistribuição, blablabla.
Não!
Sendo eu nativo de uma vila fronteiriça e estudando na Cidade, dei-me conta de uma curiosidade no que toca à identificação das pessoas, e que julgo ser a causa da infelicidade de alguns indivíduos que se mudam para a cidade.
Quem sou eu?

Uma pergunta que de certeza já passou pela cabeça de toda a gente que já apanhou uma bebedeira.
Uma coisa é certa, não somos a mesma pessoa no campo e na cidade.
Na cidade somos um organismo singular, somos apenas um individuo. Quase nada do que fazemos é relevante ou notado pelos outros. Só teremos um impacto significativo sobre a generalidade da população talvez se matarmos alguém, mas mesmo isso deixará de ser falado e lembrado numa questão de dias. Já no campo o nosso nome está sempre ligado a algo mais. Ele está inserido numa rede de relações e actividades que nos dá uma identidade extremamente forte e notada. Tudo o que se faz é espezinhado, comentado, passado de boca em boca, especulado, alterado, etc, etc, etc.

Vou agora apresentar-vos uma personagem fictícia que poderia muito bem ser um caso real. Irei descrever o conhecimento que um vizinho poderá ter sobre o individuo.
Apresento-vos o Amílcar.

O Amílcar tem 48 anos. Quem é o Amílcar? Depende.
Na Cidade: Individuo que mora no 7ºesquerdo com a esposa e um filho, que terá um emprego na zona industrial uma vez que todas as manhãs apanha o autocarro 57. Deverá chegar a casa por volta das 6, uma vez que às 6 meia é visto a deixar o lixo à entrada do prédio. Possível agressor doméstico segundo a vizinha do 7ºdireito que ouve gritos suspeitos. Ressona.
No Campo: Amílcar “o Sucateiro”, filho do João “o electricista” e da Maria Berdega. A sua irmã, Rita “Pega”, vai-se casar em Agosto com o “Manuel dos Pardais”. Está possivelmente grávida de 2 meses, daí o casamento. Amílcar é casado com Irene ’dos Afonsinhos’, que se diz ter morto Abel “dos tremoços”, seu pai, para receber a herança. É filha única dado que a sua mãe, Maria José ‘mulher do Abel”, não podia ter mais filhos. Amílcar fará visitas frequente a Laura ”badalhoca”, cujo local de trabalho é na Ervilhaca atrás do restaurante ”o Escondidinho”, segundo Palmira que de acordo com as más línguas terá recebido um pedido de divórcio do seu marido, Júlio “o Alfaiate”, devido a este andar enrolado com uma brasuca que trabalha no café Central. Amílcar tem um filho que é visto a apanhar ratos junto à ribeira dos Porcos e que é descrito pelo filho dos Alcovitas como sendo um otário……….. Vou parar por aqui porque julgo ter já demonstrado o meu ponto de vista.
Como vêem, Amílcar tem uma popularidade digna do “Jet Set” no campo, enquanto na cidade é apenas mais um. No campo o nome dele está ligado a uma profissão e/ou a uma família. Encontra-se enraizado.
Isso talvez explique o facto de ele ter durado apenas 6 meses na Cidade. Talvez tivesse durado mais se tivesse conhecimento prévio que iria passar a ser tratado por Amílcar ‘o Renegado’ e que iria ser alvo de chacota por parte de Tony “o bêbado” por ter voltado para morar em casa dos pais.
Sendo nós Animais Sociais temos necessidade de interacções. Depois de vivermos no campo e de termos sido expostos à forte ”Imprensa Social” e às diversas redes de intrigas, a passagem para a cidade será muito difícil. A indiferença que encontraremos esmagar-nos-á e isolar-nos-á. É como passar de cigarros SG Ventil para os SG Lights.
Ficará um vazio por preencher dentro da pessoa.
Aquele Abraço,
El Duderino

4 comentários:

  1. Obrigado foste o vencedor parabens e continua assim Abraço

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  2. Gostei muito do texto. Parabéns!! :)

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  3. El Duderino mesmo assim preferia viver no campo...ahahahah..., podia ser a Maria badalhoca, irmã da vesga do 4º direito, casada com o Marcolino da farmácia, o tal que emborca tintol durante a tarde e diz que é xarope para a tosse, quem o topa é a filha mais velha, a Susana do Xico mestre, aquele limpa retretes mal cheiroso, casado com a prima que veio das Minas, a Augusta do trapézio...bom acho que já percebeste...a vida no campo é ....um SG Gigante, completamente preenchida!!....ehhehehhehe....

    Beijokas e PARABÉNS ..está fantástico o texto!!..

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